Cronologia da Guerra do Contestado
LUIZ ALVES
Setembro de 1835 - Explode a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul.
Fevereiro de 1845 - Finda a Revolução Farroupilha com tratado de Ponche Verde.
Junho de 1849 - Chega ao Porto de Santos, o monge João Maria D’Agostini, que peregrina até 1856 na região do contestado.
Novembro de 1864 - Explode a Guerra do Paraguai.
Março de 1870 - Finda a Guerra do Paraguai, com a morte do ditador Solano López.
Novembro de 1889 - O poder republicano derruba o império brasileiro.
Novembro de 1889 - Com a república, cresce a tensão política no contestado.
Dezembro de 1889 - O grupo Farquhar inicia a construção da Ferrovia de São Paulo ao Rio Grande do Sul.
Janeiro de 1890 - Começa o desmatamento do grupo Farquhar em São Paulo.
Novembro 1890 - Chegam os primeiros emigrantes no Porto de Santos.
Junho de 1891 - Peregrina na região do contestado o monge Atanás Marcaff, que é confundido com o antigo João Maria.
Dezembro de 1892 - Frei Rogério entra em discussão com o monge, devido ao grande fanatismo dos caboclos.
Janeiro de 1893 - O monge parte rumo ao Morro Encantado do Taió.
Fevereiro de 1893 - Explode a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul.
Dezembro de 1894 - Começam a expulsar os sertanejos na região do contestado.
Maio de 1895 - Inicia a frente da ferrovia no Rio Grande do Sul.
Maio de 1895 - A frente do Paraná encontra-se próximo de Santa Catarina.
Julho de 1895 - Chega outro navio de emigrantes no Porto de Santos.
Julho de 1895 - Os primeiros emigrantes começam a transformar as terras de seus sonhos.
Agosto de 1895 - Finda a Revolução Federalista.
Novembro 1895 - Inicia a Revolta de Canudos.
Outubro de 1897 - Finda a Revolta de Canudos, com a morte de Antônio Conselheiro.
Dezembro de 1901 - Os republicanos cobram de Percival Farquhar o progresso da Ferrovia Sul.
Abril de 1902 - O governador Américo Lobo do Paraná envia fiscais para cobrar imposto no contestado.
Janeiro de 1903 - Coronéis e o grupo Farquhar expulsam os sertanejos de suas terras.
Abril de 1903 - O governador Felippe Schimidt de Santa Catarina envia fiscais para cobrar imposto no contestado.
Fevereiro de 1904 - Inicia o desmatamento e a construção de várias serrarias no contestado.
Julho de 1907 - Inicia a ferrovia Madeira Mamoré no Amazonas.
Janeiro de 1908 - Os republicanos cobram os progressos de ambas as ferrovias de Percival Farquhar e associados.
Agosto de 1909 - Nasce o Arraial dos miseráveis e dos excluídos.
Março 1910 - Os republicanos visitam a ferrovia Madeira Mamoré.
Novembro de 1910 - O marinheiro negro João Cândido Felisberto, apoiado por outros excluídos ameaçam detonar o Rio de Janeiro se suas reivindicações não fossem aceitas. Ou seja, uma sociedade igualitária.
Novembro de 1910 - Inicia o desmatamento no Amazonas.
Novembro de 1910 - Chega o primeiro navio com emigrantes europeus no Amazonas.
Novembro de 1910 - Finda a Ferrovia Sul. Um terço dos empregados é abandonado no contestado.
Janeiro 1911 - Inicia mais uma revolta de funcionários na Madeira Mamoré.
Maio de 1912 - Abandonam a ferrovia Madeira Mamoré, devido à morte de Percival Farquhar e seis mil funcionários.
Junho de 1912 - Miguel Lucena Boaventura, José Maria e os demais simpatizantes criam a cidade Santa de Taquaruçu.
Agosto de 1912 - O intendente da vila de Curitibanos envia a guarda municipal para debandar os fanáticos do Taquaruçu.
Agosto de 1912 - José Maria e os demais líderes ao saberem do envio da guarda municipal, decidem evitar o confronto armado e fogem para os Campos do Irani.
Setembro de 1912 - José Maria e os membros da irmandade de São Sebastião chegam ao Irani e é recebido pelo coronel Miguel Fragoso.
Outubro de 1912 - Os governadores do Paraná, Carlos Cavalcanti e Afonso Alves de Camargo, são informados que os Campos de Irani são invadidos por Catarinenses. Então, envia uma tropa para prender os invasores, com a finalidade de trazê-los amarrados como gado à Curitiba.
Outubro de 1912 - No confronto armado dos fanáticos com o regimento de segurança do Paraná, morrem o líder José Maria e o coronel João Gualberto, além de dezenas de fanáticos e soldados. O novo líder dos fanáticos, o velho Euzébio, manda enterrar os mortos, inclusive José Maria, e retornam ao Arraial de Taquaruçu.
Outubro de 1912 - Os governadores do Paraná enviam outra tropa militar à área de conflito, visando proteger Palmas e região, bem como, recolher e trazer à Curitiba os corpos do coronel e dos soldados mortos no confronto.
Dezembro de 1912 - Os governadores Carlos e Afonso enviam o deputado Ulbaldino de Amaral ao Rio de Janeiro, levando a acusação de que o governador Vidal Ramos de Santa Catarina estava incentivando os invasores na área do contestado, assim desestabilizando o seu governo.
Dezembro de 1913 - O líder dos fanáticos, Euzébio, cumpre a palavra dada a José Maria antes de sua morte, onde deveriam criar outro reduto em Taquaruçu, que ressuscitaria e traria o exército encantado de São Sebastião, assim fazendo a guerra santa contra os Demônios da república.
Dezembro de 1913 - O coronel Albuquerque da vila de Curitibanos notifica a atual situação no Taquaruçu ao coronel Vidal Ramos, informando que os fanáticos de José Maria estavam se reunindo novamente e tinha certeza absoluta que trariam instabilidade no sertão contestado.
Dezembro de 1913 - O coronel Vidal Ramos envia o capitão Adalberto de Menezes, o desembargador Sálvio Gonzaga, o capitão Almeida e o capitão Euclides de Castro para o Taquaruçu, comandando uma tropa de duzentos e vinte soldados e aproximadamente sessenta civis, sendo que a maioria dos civis deserta, ficando somente quinze para o confronto.
Dezembro de 1913 - Os líderes no comando dos fanáticos surpreendem as tropas republicanas e os sobreviventes são obrigados a debandar desordenadamente em direção ao litoral catarinense para não serem trucidados pela fúria dos fanáticos.
Janeiro de 1914 - O coronel Zacarias de Paula Xavier envia um mensageiro ao coronel Albuquerque, informando-lhe a respeito da derrota dos soldados republicanos no Taquaruçu. Contrariado pelo recente acontecimento, manda a guarda municipal apreender o carregamento do comerciante Praxedes nos campos de Monte Alegre, que vinha da loja Hoepcke de Blumenau. Praxedes vai à vila, tentando recuperar a sua mercadoria apreendida, mas é ferido pelo coronel Albuquerque, coronel Virgílio Pereira e os seus capangas, sendo imediatamente preso, morrendo três dias depois devido a seus graves ferimentos.
Janeiro de 1914 - Os líderes dos fanáticos resolvem receber a comitiva republicana de paz em Taquaruçu, composta pelo deputado federal Manoel Correia de Freitas, coronel Henrique Rupp, coronel Antônio Rocha Tico e três parentes confinados no reduto. Como não chegam a um acordo, a comitiva retira-se do reduto decepcionada, sabendo que ainda morreria muita gente inocente.
Fevereiro de 1914 - Em consequência da pressão política, o coronel Vidal Ramos retira-se do governo Catarinense, assumindo sua cadeira no senado federal. Assume o governo o coronel Felippe Schimidt, tendo ordens do presidente Hermes da Fonseca de agir com extremo rigor contra os fanáticos. Envia outra expedição militar ao Taquaruçu, sob o comando geral do tenente coronel Dinarte de Aleluia Pires, auxiliado pelo desembargador Sálvio, capitão Lebon Régis, capitão Matos Costa, tenente coronel Adalberto de Menezes no comando de setecentos e cinquenta soldados e uma artilharia de montanha.
Fevereiro de 1914 - Sabedores do ataque republicano, os líderes dos fanáticos preparam os seus piquetes de vaqueanos na defesa do reduto. Após vários dias de constantes bombardeios, os líderes mandam levar os sobreviventes ao reduto de Caraguatá, aproveitando a tempestade que caiu a noite inteira. O exército republicano entra no reduto destruído pelas centenas de granadas, veem somente corpos mutilados e despedaçados em todos os cantos, inclusive de velhos, mulheres e crianças.
Fevereiro de 1914 - Os sobreviventes do reduto de Taquaruçu chegam a Caraguatá, parecendo andrajos humanos, onde são bem recebidos pelo lendário Elias de Moraes e os demais líderes. A partir daquele momento, Elias é eleito comandante interino da irmandade de São Sebastião.
Março de 1914 - A nova comitiva republicana de paz encontra-se na vila de Perdiz Grande, onde entram em contato com um dos fanáticos, marcando uma reunião pacífica. A comitiva era composta pelo deputado federal Manoel Correia de Freitas, os capitães Adalberto, Lebon Régis e Matos Costa. Outra vez, a comitiva retira-se decepcionada com a missão de paz, pois não chegam a um acordo.
Março de 1914 - O comandante Elias resolve atacá-los de surpresa com os seus piquetes de vaqueanos, as tropas republicanas sob o comando do tenente coronel Gameiro e o capitão Zaluar, estacionada na estação do Rio Caçador. Também atacam as tropas republicanas sob o comando do capitão Matos Costa, estacionada no Arroio da Canhada Funda. Os sobreviventes das duas tropas são obrigados a debandar, se encontrando em Perdiz Grande, após seguem de trem para Curitiba.
Abril de 1914 - À frente da vitória dos guerreiros de Caraguatá, Elias de Moraes e os demais líderes fanáticos, decidem criar novos redutos: Taquaruçu, Irani, Bom Sossego, Santa Maria, Pedras Brancas, São Sebastião, Tamanduá, Poço Negro, Reinchardt, Raiz da Terra, Coruja, Traição, Cemitério, Conrado Glober, Aleixo, Ignácio, Tapera, Perdizes, Perdizinhas, Butiá Verde, São Pedro, Ferreiros, Pinheiros, Pinhalzinho. Também são criados redutos nas proximidades do Rio Canoas, Rio Iguaçu, Campos da Lapa e barrancas do Uruguai.
Abril de 1914 - Diante da derrota republicana de Caraguatá, o coronel Gameiro é dispensado, assumindo provisoriamente a região militar o tenente coronel Adolpho de Carvalho, até a chegada do general Carlos Frederico de Mesquita, designado pelo ministro da guerra Vespasiano de Albuquerque. Assim que assume o comando, ele é pressionado pelo coronel Felippe de Santa Catarina e Carlos Cavalcanti do Paraná, que solicitam uma ação imediata contra os fanáticos.
Abril de 1914 - Elias e os demais líderes definem abandonar o reduto de Caraguatá, distribuindo os confinados para outros redutos, devido a uma epidemia de tifo e prevendo um forte ataque dos republicanos.
Maio de 1914 - O general Mesquita define o plano de ataque contra os fanáticos. A coluna do capitão Matos Costa encontra os redutos de Caraguatá e Perdizinhas abandonados. Incendeiam e se retiram para Perdiz Grande, onde esperam novas ordens. Enquanto a coluna do general Mesquita constrói a ponte improvisada no Rio Timbózinho, atacam Santo Antônio e os demais redutos naquela região.
Maio de 1914 - A coluna do general Mesquita entra em confronto com os pares de França e os piquetes de vaqueanos, são obrigados a recuar para não serem todos chacinados, retomando o ataque contra os fanáticos, mas são forçados a recuar novamente. Quando conseguem montar a artilharia pesada, os fanáticos se obrigam a recuar. O general decide não acampar nas proximidades, ordena aos oficiais e soldados para se retirar à Vila Nova de Timbó. No caminho, os piquetes dos fanáticos os atacam de surpresa, fazendo-os retirar em direção de Porto União.
Junho de 1914 - Assim que chega à região militar, o general Mesquita pede demissão ao ministro da guerra, sendo substituído pelo capitão Matos Costa. O fato não agrada os governadores, os coronéis das províncias, os parlamentares estaduais e federais, tão pouco o presidente Hermes, por ser um pacificador e simpatizante dos fanáticos no contestado.
Junho de 1914 – Com o assassinato do herdeiro do trono da Áustria, Francisco Ferdinando, antigas rixas políticas e vários países ganham força militar. Explode a 1ª Guerra Mundial, o inferno desaba sobre o velho mundo, trazendo morte, fome e miséria.
Julho de 1914 - O comandante Elias ordena que Bonifácio José dos Santos - Bonifácio Papudo - ataque a vila de Canoinhas. No ataque à vila, são mortos vários soldados, vigilantes e simpatizantes. Incendeiam dezenas de casas, deixando a vila completamente destruída.
Agosto de 1914 - O novo inspetor militar decide investigar pessoalmente as causas do conflito rebelde no contestado. Disfarça-se de caixeiro viajante, dentista, palhaço, barbeiro, mágico e improvisa outras profissões ambulantes. Conhece todos os líderes fanáticos, inclusive os reais motivos da guerra no contestado, onde tinha muita gente importante no poder provinciano, estadual, federal, ministros e empresas estrangeiras que eram os principais interessados no conflito.
Agosto de 1914 - Manoel Alves de Assumpção Rocha no reduto de Bom Sossego é nomeado imperador da Monarquia Sul Brasileira. O comandante Elias envia quatro carroças, o Alemãozinho e o Tavares e vários guerreiros para buscar armas na loja Hoepcke na capital Catarinense.
Agosto de 1914 - O ministro da guerra Vespasiano, convoca o capitão Matos Costa para prestar depoimento sobre as suas denúncias no parlamento federal, no Rio de Janeiro. Em seu depoimento apresenta provas concretas contra os coronéis das províncias, governos estaduais e do parlamento federal.
Setembro de 1914 - Chico Alonso e outros líderes, no comando de trezentos fanáticos incendeiam dezenas de pilhas de madeiras, a estação, casas dos empregados da serraria Calmon - Lumber Company, destroem também uma locomotiva da empresa Americana.
Setembro de 1914 - Aleixo e duzentos fanáticos incendeiam e destroem a vila de São João.
Setembro de 1914 - Bob Helling, sócio gerente da Lumber Company informa o capitão Matos Costa do ataque fanático à serraria Calmon e solicita que tome alguma providência sobre o acontecido. Ele deixa o coronel Dinarte no comando da região militar, parte de trem com uma tropa de dois sargentos e sessenta soldados. Venuto soube da vinda do capitão à serraria Lumber Company, decide fazer uma tocaia no caminho, onde matam o capitão Matos Costa e dez soldados, sendo esta a última chance de paz no sertão contestado.
Setembro de 1914 - Elias de Moraes, comandante interino dos fanáticos, ao saber que Venuto matou covardemente o capitão Matos Costa, revolta-se, ordena a Adeodato Ramos executar Venuto, o que acontece num capão de mato no Vale de Santa Maria.
Setembro de 1914 - A morte do pacifista capitão Matos Costa, cai como bomba entre os republicanos no Rio de Janeiro, fazendo com que o presidente Hermes da Fonseca e o ministro da guerra, Vespasiano de Albuquerque tomassem uma atitude mais radical. Os dois decidem enviar à área de conflito, o general Fernando setembrino de Carvalho, oficial veterano da guerra de Canudos, no interior do sertão Baiano.
Setembro de 1914 - Elias de Moraes reúne-se com os demais líderes dos inúmeros redutos, onde foram unânimes que deveriam confiscar nas fazendas e vilas próximas, objetos valiosos ou animais e alimentos, devido a centenas de famílias que aderiam à irmandade. Os objetos de valor tinham a finalidade de comprar armas nas lojas Hoepcke, em Blumenau ou Florianópolis. Castelhano, Chico Ventura, Paulino Pereira da Silva, irmãos Sampaio, Benedito Chato, Olegário Ramos e quinhentos guerreiros atacam e incendeiam a vila de Curitibanos, em represália pela morte do comerciante Praxedes Damasceno no início do ano. O coronel Albuquerque deixa Marcos G. Farias e o Major Euclides F. Albuquerque na intendência, fugindo para Blumenau com a mulher Laurinda Oliveira de Albuquerque, os filhos Tiago, Elvira, Iracy e Orival. Tempos depois, o coronel Albuquerque assume o seu cargo de vice-governador.
Outubro de 1914 - Coronel Felippe de Santa Catarina e Carlos Cavalcanti do Paraná reúnem-se com os demais coronéis das províncias, com o objetivo de se encontrar com o general Setembrino, cobrando uma solução definitiva ao problema fanático, agora já intitulado de jagunços de José Maria.
Outubro de 1914 - Elias de Moraes prevendo um forte ataque republicano contra a irmandade afasta do comando os líderes religiosos e entrega a liderança a seus comandantes de briga, experientes em várias situações adversas. Finda o controle fanático, inicia o ciclo jagunço.
Novembro de 1914 - O líder Chico Alonso ataca a vila do Rio das Antas. Adeodato Ramos aproveitando o tumulto do confronto mata-o covardemente, com a ambição de assumir o comando dos pares de França e ficar com a sua mulher. Em seguida manda um de seus vaqueanos, matar nas proximidades dos Campos de Monte Alegre, a sua mulher Maria Firmina e a sua sogra.
Novembro de 1914 - Apoiado por todo o poder coronelista, o corrupto coronel Fabrício Vieira das Neves, reúne os mais conhecidos chefes de piquetes de vaqueanos, incumbe-os de acompanhar as forças federais e localizar o reduto dos jagunços. A partir desse instante, nascem os piores bandidos legalistas da época, inclusive aproveitam para exterminar os seus desafetos.
Dezembro de 1914 - O líder Elias ordena que Bonifácio Papudo ataque com os seus guerreiros, a vila de Canoinhas, que é novamente destruída e incendiada, espalhando a violência e o terror pelos jagunços de José Maria.
Janeiro de 1915 - Em Curitiba, general Setembrino reúne-se com os seus oficiais, repassa-lhes os seus planos em detalhes, informando-os que as tropas teriam ajuda dos piquetes legalistas, profundos conhecedores da região contestada. O plano desagrada os oficiais, mas não têm outra opção, a não ser cumprir as ordens de seu superior.
Janeiro de 1915 - O major Taurino de Resende no comando de oitocentos soldados e com os piquetes de Pedro Vieira e Fabrício Vieira ataca o reduto de Pinhalzinho, liderado por Antônio Tavares. Ele e os confinados sobreviventes são obrigados a fugir, do contrário seriam todos exterminados. O major Taurino assume o controle e manda incendiar todos os pequenos barracos.
Janeiro de 1915 - O major prossegue ao reduto de São José, liderado pelo bandoleiro Josefino, que também assume o controle e incendeia o local.
Janeiro de 1915 - O tenente coronel Raul D’Estillac Leal no comando de 600 soldados e o piquete de João Alves de Oliveira, assume o controle do reduto de Pinheiros de Henrique Wolland - Alemãozinho, depois o incendeia.
Janeiro de 1915 - Alemãozinho com Chica Pelega ferida no confronto, pede refúgio entre os Kaigang, onde são muito bem recebidos pelo cacique Cauê. Dias depois, o piquete de Pedro Ruivo ataca a aldeia, tendo o objetivo de exterminá-los, jogando a culpa nos jagunços da irmandade de São Sebastião. Mas são surpreendidos pelos índios e obrigados a fugir do confronto, do contrário o caçador os transformaria em caça.
Janeiro de 1915 - O comandante Elias reforça a vigilância no reduto de Santa Maria, temendo um ataque surpresa, como os outros foram destruídos. E para complicar mais a situação, os foragidos dos redutos destruídos procuram abrigo no vale. Surge uma epidemia de tifo, levando à morte dezenas de confinados. No desespero, manda os líderes espirituais intensificarem o ciclo de rezas, visando amenizar o sofrimento e pedir uma solução a seus santos contra os Demônios da república.
Fevereiro de 1915 - Alemãozinho decide buscar abrigo e proteção para Chica Pelega no Quilombo dos Negros, proximidades do Rio Canoas, assim cumprindo a missão designada pelo Monge João Maria D’Agostini. O líder do Quilombo, o velho Garipuna - Pai Veio, promete dar abrigo a Chica, e Alemãozinho parte em direção de Curitibanos.
Fevereiro de 1915 - Coluna Sul - o coronel Estillac Leal no comando de mil e quinhentos soldados, dez oficias e três piquetes de vaqueanos legalistas, encontram-se acampados nos arredores de Curitibanos. Alemãozinho apresenta-se como capitão das forças especiais do exército, informando que forneceria as localizações dos redutos, tendo o aval do poder republicano, para deixá-lo tentar acabar com o conflito de maneira pacífica. Nesse instante histórico, iniciava o desmoronamento do mundo jagunço.
Fevereiro de 1915 - Em consequência dos redutos destruídos, Elias e os líderes decidem abandonar os pequenos, emigrando para os redutos maiores e mais bem localizados. Com essa manobra tática, evitaria que se destruíssem com facilidade, evitando também que emigrassem desordenadamente à Santa Maria, porque este já se encontrava superlotado.
Fevereiro de 1915 - A destruição de vários redutos, onde foram feitos centenas de prisioneiros e levados à vila de Canoinhas. O general Setembrino telegrafa aos líderes republicanos, solicitando ordens do que fazer com os quase mil prisioneiros, pois não tinham nenhuma condição de alimentá-los. Recebe a resposta tempo depois, dando-lhe carta branca para solucionar o problema. O general pressionado pelos governadores dos dois estados, parlamentares e coronéis das províncias, decide exterminá-los, queimam e jogam as cinzas no Desfiladeiro da morte e do Diabo, nos arredores da Canoinhas.
Março de 1915 - Coluna Norte - O tenente coronel Onofre Ribeiro no comando de oitocentos soldados, três oficiais e um piquete de vaqueano legalista destroem os redutos de Colônia Vieira, Aleixo, Timbózinho, São Sebastião e Piedade. O major Taurino de Resende no comando de oitocentos soldados, três oficiais e dois piquetes de vaqueanos legalistas destrói os redutos de Cemitério, Francisco Salvador, Estanislau Schumann, Guilherme Helmich. O capitão Euclides de Castro no comando de novecentos soldados, dois oficiais e dois piquetes de vaqueanos legalistas destroem Guarita de Conrado Glober, Passo de João Vargeano, Boliche de João Santos e de Sebastião Campos.
Março de 1915 - Os irmãos Ventura e os seus piquetes nas proximidades de Porto União descarrilam uma locomotiva e dezenas de vagões, que transportava toras para serraria Lumber Company. Euzébio, Manoel Rocha, Cirino e Benedito Chato e os seus piquetes nas proximidades dos Campos de Monte Alegre, descarrilam uma locomotiva e dezenas de vagões, que transportava toras também para a serraria. Aleixo e o irmão Ignácio com os seus piquetes destroem e incendeiam a serraria Lumber. Benedito, Paulino Pereira e os seus piquetes destroem e incendeiam o armazém de Guilherme Gaertner e a estação do Rio Caçador. Depois do ataque violento, todos os piquetes retornam ao vale sagrado de Santa Maria.
Março de 1915 - O ministro Caetano de Farias envia cinco aviões para fazer reconhecimento aéreo na região do contestado, mas no transporte três aviões são completamente destruídos pelas fagulhas da locomotiva à vapor; um Parrascal Morane e um Bleriot são recuperados. O coronel alemão Ricardo Kirk faria o reconhecimento de Canoinhas até a região de Palmas, enquanto o tenente Ernesto Dariolli faria o reconhecimento de Canoinhas a Curitibanos. Nos arredores de Porto União, o coronel Kirk tem uma pane em sua aeronave, tenta fazer um pouso forçado, mas bate violentamente contra um pinheiro, morrendo instantaneamente. Nas proximidades de Curitibanos, falta combustível na aeronave do tenente Dariolli, obrigando-o a fazer um pouso forçado na vila. Com o auxílio do coronel Marcos G. Farias e major Euclides F. Albuquerque reabastece a aeronave e retorna a Canoinhas. Com a trágica morte do coronel Kirk, os planos de reconhecimento aéreo são suspensos.
Março de 1915 - Coluna oeste - O tenente coronel no comando de mil e quinhentos soldados, dois oficiais e três piquetes de vaqueanos legalistas vasculham os arredores de União da Vitória, vila de Rio das Antas, Nova Galícia, serraria Calmon e serraria Lumber. Em seguida recebem ordens de marchar para a estação Caçador, onde deveriam reconstruí-la.
Março de 1915 - Coluna Leste - O tenente coronel Júlio César no comando de quinhentos soldados, um oficial e um piquete de vaqueano legalista percorrem os arredores da vila de Papanduva. À frente de várias tentativas frustradas, improvisam acampamento na vila. O major Taurino de Resende no comando de quinhentos soldados, dois oficiais e um piquete de vaqueanos legalista percorre os arredores da vila de Rio Negro. Não conseguindo o objetivo, improvisam acampamento na vila. O capitão Tertuliano Potyguara no comando de quinhentos soldados, dois oficiais e um piquete de vaqueano percorrem as cercanias de vila de Itaiópolis. Como também não obtiveram sucesso, improvisam acampamento na vila.
Março de 1915 - O capitão Henrique Wolland – Alemãozinho - pede a seu amigo Carneirinho que siga a coluna sul, enquanto tenta convencer os líderes da irmandade no sentido norte. Tempo depois, ele chega ao novo reduto Piedade de Bonifácio Papudo e é recebido com hostilidade. Explica a sua história em detalhes, a real situação e as consequências se continuassem com os seus planos. Foi convicto que seriam todos exterminados da face da terra, porque as quatro colunas do general Setembrino tinham sete mil soldados e quase cinco mil vaqueanos legalistas. Após segue para os novos redutos de Francisco Salvador, Estanislau Schumann, Conrado Glober, Reinchardt, seguindo na direção aos demais no sul do estado.
Março de 1915 - Coluna sul - A frente do coronel Estillac Leal no comando de quinhentos soldados, seis oficiais e o piquete do lendário Lau Fernandes, seguem em direção ao vale de Santa Maria. Alemãozinho e Carneirinho tentam convencê-los a depor as armas, pedem que todos os confinados retornem as suas casas, assim evitaria milhares de mortes desnecessárias. Alemãozinho conta que tinha recebido a missão do próprio São João Maria. Maria Rosa confirma a veracidade de suas palavras. Apesar de saber do fato, insistem no confronto com as tropas republicanas. Elias de Moraes coordena o plano no confronto com a frente do coronel Estillac Leal, enquanto ele e a sua tropa se encontravam a caminho do reduto. Houve o confronto dos jagunços com as tropas do coronel Estillac Leal, obrigando-os a recuar até a vila de Butiá Verde. Dias depois, decide formar o cerco na única entrada do reduto, assim forçando-os a se entregar quando houvesse escassez de alimentos, o que aconteceria dias depois.
Março de 1915 - O líder dos pares de França, Adeodato Ramos, aproveitando a vitória contra as tropas republicanas, declara a todos os membros de Santa Maria, que foi incumbido pelo seu José Maria para comandar a Guerra Santa. A partir dessa data histórica, inicia-se o mais violento e sangrento episódio contra os confinados da irmandade de São Sebastião. Assim que tomou o comando geral, manda matar o possível concorrente ao cargo, Antoninho Vidente.
Março de 1915 - Coluna Oeste - a frente do capitão Tertuliano Albuquerque Potyguara, no comando de quinhentos soldados, dois oficiais e um piquete de vaqueano legalista destroem e incendeiam os redutos de Ignácio Lima, Aleixo Lima, Maria Rosa, Tamanduá e Traição.
Março de 1915 - Alemãozinho tenta convencer os líderes dos redutos: Maria Rosa, Tomazinho, Pinhalzinho, Tapera, Guarda dos Crespos, Negro Olegário, São Miguel, Perdizes, São Sebastião, Guarda dos Quadros, Taquaruçu, Rio das Pedras, Caçadorzinho, Irmãos Sampaio, Campos de Irani e Campos de Palmas. Após retorna ao Quilombo Capão dos Negros, com o objetivo de levar Chica Pelega novamente à aldeia Kaigang nos arredores de Papanduva. Próximos da aldeia ouvem tiros naquela direção, correm para auxiliar os índios que se encontram sobre ataque do piquete de Pedro Ruivo. O plano do coronel Fabrício Vieira era exterminar os índios Kaigang, jogando a culpa nos jagunços de José Maria, assim como fizeram na aldeia dos Xocleng nos arredores de Canoinhas. Com o inesperado reforço, os vaqueanos sobreviventes são obrigados a fugir, Chica Pelega e Alemãozinho ferem gravemente Pedro Ruivo, mas conseguem escapar.
Março de 1915 - Coluna sul - A frente do capitão Vieira da Rosa no comando de quinhentos soldados, seis oficiais e dois piquetes de vaqueanos legalistas destroem, incendeiam e exterminam os cento e cinquenta prisioneiros do reduto de Taquaruçu. Destroem e incendeiam também os redutos de São Sebastião, só que dessa vez não conseguem fazer nenhum prisioneiro. Seguem para o reduto Guarda dos Quadros de Chico Pitoca, onde depois de violento combate, matam o seu líder e fazem duzentos e trinta prisioneiros. O capitão Rosinha pretendia exterminá-los, mas diante de uma forte discussão com os chefes dos piquetes, decide levar os prisioneiros para Curitibanos. Os oitenta e um feridos são mortos e queimados com grimpas no capão da mortandade, proximidades do Rio Marombas.
Abril de 1915 - A frente dos milhares de prisioneiros feitos nas dezenas de confrontos com os jagunços, o general Setembrino envia o seu ajudante de ordens, Antônio Guilhon à Florianópolis, solicitando ordens, pois não tinham recursos financeiros e menos ainda condições de mantê-los na prisão. Temendo que a imprensa liberal fosse buscar provas concretas contra eles, sobre a chacina no Desfiladeiro do Diabo, Desfiladeiro da Morte e de Curitibanos, as autoridades decidem liberar os recursos, pois era muita gente para se exterminar, assim, permanecendo no anonimato.
Abril de 1915 - Alemãozinho chega ao novo reduto de Pinhalzinho, onde consegue convencer os líderes a deporem as armas. Entrega três mil fanáticos ao oficial no comando de Papanduva, o coronel Júlio César. A frente do capitão Potyguara, dois oficiais e um piquete de vaqueano legalista, destroem e incendeiam o reduto Traição, Faxinal, Reinchardt. No reduto Caçador têm um ferrenho combate com os pares de França e vários piquetes de jagunços, mas enfim assumem o reduto, também o incendeia. A líder Maria Rosa resolve abandonar reduto de Perdizinhas, buscando proteção em Santa Maria.
Abril de 1915 - A frente do capitão Potyguara confronta-se com os jagunços, forçando-os a abandonar o reduto Perdizinhas, refugiando-se em Santa Maria. O capitão ordena a seus soldados incendiar o reduto, seguindo para Santa Maria.
Abril de 1915 - O comandante interino Adeodato Manoel Ramos desespera-se com os mais recentes acontecimentos, inclusive com o cerco republicano na entrada do vale. Prevendo a queda da irmandade de São João Maria, implanta um regime autoritário e desumano em Santa Maria. A epidemia de Tifo e a falta de alimentos levam dezenas de pessoas à morte. Não vendo outro jeito, mata covardemente o líder Aleixo Lima na frente de todos, visando implantar o terror nos confinados, evitando uma debandada geral. O coronel Potyguara envia Carneirinho a intimar os líderes a depor as armas e a se entregar, onde seriam tratados como prisioneiros de guerra. Do contrário, deveriam liberar os doentes, mulheres, velhos e as crianças, evitando assim muitas mortes desnecessárias. O comandante Adeodato, após longa discussão com os líderes, decide liberar quase dois mil confinados. Assim que chegam ao acampamento republicano, o coronel Estillac Leal manda matar várias reses para alimentar os famintos. A líder Maria Rosa e a sua família resolvem abandonar Santa Maria, refugiando-se nos arredores do morro do Taió. O líder Benedito também abandona o reduto com sua família e amigos, refugiando-se nas proximidades do Arraial de Taquaruçu. Em consequência dessas fugas, mata friamente o líder Joaquim Germano. Dias depois, Adeodato Ramos libera mais mil e quinhentos confinados, visando suportar mais tempo o cerco republicano, porque em sua visão eram bocas inúteis. Em seguida abandona o reduto, com o objetivo de surpreender as tropas republicanas. A frente do capitão Potyguara entra no reduto de Santa Maria no sentido oeste e encontra-o completamente abandonado. Adeodato e os seus piquetes atacam de surpresa, pegando as tropas num fogo cruzado. O capitão envia um mensageiro a frente do coronel Estillac Leal, requisitando tropas de apoio. Diante da demora do reforço militar, a sua frente tem dezenas de baixas, pela primeira vez se encontra numa situação desesperadora. Mas enfim chega o reforço, assim fazendo que Adeodato e os seus piquetes debandarem desordenadamente. Em consequência da demora do reforço, os dois oficiais no comando discutem violentamente, mas são contidos pelos outros oficiais. Após, o coronel ordena para que incendeiem o reduto, retornando a vila de Canoinhas.
Abril de 1915 - Alemãozinho consegue convencer os líderes: Estanislau Schumann, Guilherme Reinchardt, Sebastião Campos, Bonifácio Papudo e Francisco Salvador, que se entregam com dois mil confinados ao general Setembrino em Canoinhas. Em conversa particular, Alemãozinho pede para o general retirar o seu nome nos relatórios militares, destruir a pasta de identidade militar no alto comando militar do Rio de Janeiro, inclusive apresentar ao ministro a sua demissão. Após, ele pede também para não constar o nome de Chica Pelega nos relatórios de prisioneiros, pois pretendia levá-la para o Rio de Janeiro, levando uma vida normal e no completo anonimato. No dia seguinte, o general Setembrino recebe ordens do presidente Venceslau Brás e do ministro da guerra Caetano de Farias, que deveria fazer um relatório dos prisioneiros e após libertá-los. Aproveitando, informa ao ministro que a sua missão na região do contestado estava cumprida e pedia para retornar ao Rio de Janeiro, deixando que os governadores terminassem de pacificar os sertões de Santa Catarina e Paraná.
Abril de 1915 - Alemãozinho retorna a aldeia Kaigang, em seguida parte com Chica Pelega para o Rio de Janeiro. A partir desse momento, morre no quase anonimato, o líder jagunço e capitão republicano Henrique Wolland, e a líder guerreira Chica Pelega de Taquaruçu.
Maio de 1915 - Capitão Vieira da Rosa, tendo apoio dos chefes de piquetes de vaqueanos legalistas, decidem acabar definitivamente com os poucos focos dos jagunços de José Maria. Apoiados pelos governadores e os coronéis das províncias, implantam o famoso confisco de guerra, onde teriam o direito de posse dos objetos de valor em suas conquistas.
Maio de 1915 - Os líderes, Manoel Padilha e Sebastião Campos montam o reduto de Pedras Brancas, tendo aproximadamente mil pessoas confinadas. Olegário Ramos e os irmãos Ventura montam o reduto de Guarda dos Santos, tendo aproximadamente oitocentas pessoas confinadas. Adeodato Ramos monta o reduto de São Miguel, tendo aproximadamente mil pessoas confinadas, inclusive Elias de Moraes, Maria do Carmo, Conceição e os pares de França. Os líderes, Manoel Morais, Manoel Lira de Jesus e Corado Glober montam o reduto de São Pedro, às margens do Rio Timbó, tendo aproximadamente três mil pessoas confinadas, agora contando com os confinados do reduto de São Miguel. Os líderes, Manoel Rocha e Euzébio Ferreira dos Santos montam o reduto de Poço Preto, nas proximidades de Vila Nova do Timbó, tendo aproximadamente cento e cinquenta pessoas confinadas.
Junho de 1915 - A líder guerreira Maria Rosa prevendo a existência de muitas mortes nos novos redutos, que tinha no comando geral o inescrupuloso Adeodato Ramos, decide retornar com a sua família para o reduto de Pedras Brancas. O capitão Vieira da Rosa no comando de trezentos soldados da guarda nacional e o piquete de vaqueano de Francisco Geraldo destrói e incendeia o reduto de Pedras Brancas, chacinando todos os trezentos prisioneiros.
Setembro de 1915 - Estabelecidos no Rio de Janeiro, Henrique Wolland e Chica Pelega sobrevivem no mais completo anonimato. Na visita ao estúdio fotográfico do marido, escuta a conversa dele e do ex-ministro Rui Barbosa, onde afirma que o senador Pinheiro Machado foi um dos principais culpados pelo envio de tropas à região contestada, onde morreram toda a sua família. Chica passa a planejar uma maneira de vingar a morte deles e informa-se sobre os passos do senador. Dias depois, mata-o juntamente com seus seis capangas em frente ao parlamento, morrendo definitivamente a guerreira e nascendo a tradicional mulher naquela época.
Novembro de 1915 - A líder Maria Rosa retira a sua família do reduto de São Pedro, refugiando-se nos arredores de Canoinhas, na fazenda de Silvério Bastos. O capitão Euclides de Castro no comando de trezentos soldados da guarda nacional e o piquete de Lau Fernandes destrói e incendeia o reduto de Guarda dos Santos e Poço Preto, fazendo diversos prisioneiros.
Dezembro de 1915 - O comandante Adeodato Ramos monta o reduto de São Sebastião, às margens do Rio Timbó, tendo aproximadamente mil pessoas confinadas. O lendário Lau Fernandes no comando de duzentos vaqueanos destrói e incendeia a reduto, fazendo centenas de prisioneiros, levando-os para Canoinhas.
Dezembro de 1915 - Elias de Moraes no comando do reduto São Pedro, soube da destruição do reduto de São Sebastião, decide reforçar as suas defesas para evitar surpresas desagradáveis. O capitão Euclides de Castro no comando de trezentos soldados e do piquete de Lau Fernandes destrói e incendeia o reduto de São Pedro, fazendo centenas de prisioneiros.
Dezembro de 1915 - A líder Maria Rosa e a sua família se entregam ao oficial no comando de Canoinhas, o capitão Euclides de Castro, em seguida Elias de Sousa deixa-a aos cuidados de Silvério Bastos. Ele faz novo registro de nascimento, criando-a como fosse a sua própria filha. O mundo Jagunço desmorona, milhares de confinados se entregam às autoridades legais em diversas regiões do contestado. Adeodato em fuga, em Perdiz Grande encontra-se com o velho Euzébio, mata-o covardemente pela derrota aos republicanos. O coronel Fabrício Vieira das Neves manda que Pedro Ruivo e os seus vaqueanos, montem uma tocaia na estrada principal de Lages a Vacaria. Pedro Ruivo cumpre as ordens, chacina covardemente o lendário Elias de Moraes e toda a sua família.
Outubro de 1916 - O governador coronel Felippe Schimidt de Santa Catarina, o governador Afonso Alves de Camargo do Paraná, ministros, parlamentares e o presidente Venceslau Brás chegam a um acordo sobre as divisas dos dois estados. Mas para que isso se tornasse uma realidade, foi necessário morrerem mais de dez mil caboclos, quase dois mil soldados republicanos, aproximadamente mil e quinhentos vaqueanos legalistas e quase três mil civis que habitavam a região contestada. Coronel Fabrício Vieira das Neves e Pedro Ruivo são presos no quartel na Lapa, soltos tempos depois, devido à falta de provas.
Agosto de 1916 - O lendário Adeodato Ramos é encurralado num capão de mato no vale de Santa Maria, vendo que era impossível romper o bloqueio dos vaqueanos, acaba se entregando. Ele é encaminhado para cadeia de Curitibanos.
Dezembro de 1916 - O comandante dos jagunços da irmandade de São Sebastião é levado a julgamento a portas fechadas, somente presentes as autoridades locais e das províncias do contestado, onde foi condenado a trinta anos de prisão pelo Juiz de direito Guilherme Abry e pelo promotor de justiça Marcílio da Cruz Maia. Ao escutar a sentença Adeodato joga o seu chapéu para o alto, exclama irônico: - Trinta anos, eu dou até risada! Imediatamente é transferido para a prisão de Lages, onde tinha maior segurança.
Dezembro de 1917 - O coronel Henrique Paes de Almeida Filho tenta contratar o jagunço Conrado Glober, imediatamente recusa a empreitada, mas ao saber que a vítima era o coronel Albuquerque, informa ao mensageiro que faria o serviço de graça e com todo prazer. Aproveitando que o coronel Albuquerque e o seu filho Euclides, iriam naquele dia buscar uma vaca de leite na fazenda do coronel Virgílio Pereira, Conrado monta uma tocaia no Capão da Mortandade. Ele aponta para o alvo e atira duas vezes, matando-o instantaneamente. Major Euclides ao ver o seu pai cair ferido, corre desesperadamente para Curitibanos, visando buscar ajuda. Nesse histórico dia, morre um dos principais culpados na chacina dos miseráveis da região do contestado. No mesmo mês, Adeodato Ramos consegue fugir da prisão, aproveitando a chuva torrencial que caía à noite. Sendo capturado num boliche à beira de estrada, completamente bêbado. Devido à pressão dos coronéis locais, é transferido para a prisão em Florianópolis.
Novembro de 1918 - À frente de sucessivas derrotas dos austríacos e alemães para os aliados, assinam o Tratado de Armistício de Compiegne, deixando um saldo de treze milhões de mortos e vinte milhões de feridos. Além de fazer um enorme rastro de destruição em diversos países. Os alemães são obrigados a pagarem pesadas dívidas de guerra, inclusive acabam perdendo parte de seu território.
Janeiro de 1923 - Adeodato Ramos aos poucos tenta ganhar a confiança dos carcereiros, aproveitando o descuido da sentinela, ataca-o e toma o seu fuzil. O fato não passou despercebido, o major Trujilo de Mello ordena que pare. Adeodato instintivamente aponta o seu fuzil em direção ao major, mas estava vazio e o mesmo não acontece com o fuzil do major. Sem saber, Adeodato tinha caído numa armadilha republicana, sendo exterminado o último jagunço de José Maria. Ele ainda é levado para a enfermaria, mas não aguenta o ferimento, morrendo minutos depois, sendo enterrado numa simples cova como indigente. Nesse dia histórico, morre o flagelo de Deus e nasce a lenda no contestado.