3. Escoamento das águas

12/08/2012 20:04

O escoamento num rio depende do tipo de controle que reduz a passagem das águas. Um controle localizado abaixo de um determinado local define a declividade da linha de água. Este tipo de controle pode ser ocasionado por estrangulamentos do rio devido a pontes (neste exemplo, aponte da BR476), as pedreiras, mudança na largura, profundidade, reservatório.

 

Para entender o que é capacidade de escoamento imagine uma avenida com duas faixas. O tráfego de veículos é normal. Abaixo, um acidente impede o fluxo normal dos carros obrigando o uso de uma só pista. Os motoristas precisam reduzir a velocidade em um trecho de transição, afunilando o tráfego, antes de se chegar à mudança de faixa. Começa um congestionamento não pela capacidade da avenida neste pedaço, mas pejo acidente que ocorreu no trecho posterior.

 

Assim, a capacidade de escoamento está limitada pela transposição de pistas, e não pela capacidade local da avenida. Da mesma forma, em um rio, a existência de pedreiras com elevação de rochas, a VAZÃO DAS ÁGUAS é reduzida pelo REPRESAMENTO e não pela sua capacidade local. É a redução da vazão que faz com que se aumentem os níveis de água causando enchentes. Esse efeito é chamado remanso.

 

O trecho de transição que sofre os efeitos de jusante (do local do acidente) depende de fatores que variam com o nível, declividade do escoamento, ao longo de todo o trecho.

 

O segundo controle que altera a capacidade de escoamento num rio é chamado de controle local. Ele define a capacidade de cada seção do rio de transportar uma quantidade de água. A capacidade local de escoamento depende da área da seção, da largura, do perímetro, da rugosidade das paredes. Quanto maior a capacidade de escoamento menor os níveis de água. A capacidade de tráfego de automóveis de uma avenida, numa determinada velocidade, depende da sua largura e número de faixas.

 

Quando o número de automóveis é superior a sua capacidade o tráfego torna-se lento e ocorre congestionamento. Num rio, à medida que chega um volume de água superior a sua vazão normal, o nível sobe e inunda as áreas ribeirinhas. Portanto, o sistema está limitado nesse caso à capacidade local de transporte de água (ou de automóveis).

 

A extensão da ponte Manoel Ribas (a do arco, de 200 metros), é um exemplo de controle local que restringe a vazão, elevando os níveis de água daquele ponto para cima.

 

Em longo trecho a montante (águas acima) de Porto Vitória, devido à pequena dec1ividade da bacia, o escoamento se dá de forma lenta e as variações de níveis em União da Vitória (e, consequentemente da vazão), são governados pelas condições locais do trecho até Porto Vitória onde, sobre as corredeiras, se observa aumento significativo de declividade da linha d'água.