Enchentes

12/08/2012 19:48

A maior incidência de enchentes que assolam o município está na cota de 745m, dentro da área de segurança da Copel e da Defesa Civil. A enchente de 1983 apresentou, nos dias 07 e 08 de julho, um crescimento assustador no volume das águas. Não só o Iguaçu, mas, também, os seus afluentes e subafluentes fizeram com que muitas localidades ficassem inundadas. Notou-se também, que as águas continuaram subindo até o dia 18, quando atingiram o nível máximo. Além das inundações, foram grandes os prejuízos, com quedas de barreiras, pontes, deslizes de morros etc. Tudo isso se deve à enorme quantidade de chuvas, torrenciais e constantes, que caíam na época. Pergunta-se: por que tantas chuvas? A explicação está num fenômeno meteorológico cha-mado "El Niño", que atingiu uma vasta região do Brasil. 

 

O que vem a ser “El Niño”?

O nome é popular, identificado na época do seu habitual aparecimento na costa setentrional do Peru, justificando o nome, em época natalina (niño, em espanhol, menino). "El Niño" se refere ao menino Jesus. Nas costas do Peru, oceanograficamente (oceano), existem:

- Corrente Costeira do Peru, que nasce nas latitudes de Val Paraíso, no Chile, fria, pouco extensa, não muito longa, muito profunda em relação à costa e, em relação à Corrente Oceânica, pouco profunda. Ocorre em direção ao Norte.

- Corrente Oceânica ou de Humboldt, está mais afastada da Costa e corre na mesma direção costeira. Fria, extensa, longa e profunda, tem origem meridional, próxima do Continente Ártico. "El Niño" corresponde à Corrente do Peru, que segue para o Sul até atingir a sua costa, em direção oposta à Corrente Costeira, e tem sua origem na Corrente que vai para o Norte, a Corrente Sul-Equatorial do Pacífico.

 

El Niño é uma Corrente Marítima que vem do Norte, em direção ao Sul, e não encontra resistência da Corrente que vem do Sul (fria) à sua passagem. Essa manifestação (movimento) forte das correntes do oceano influencia a movimentação dos ventos. Os ventos voltam a soprar provenientes do Oeste, ao invés do Sudeste, carregados de umidade do Pacífico, sem montanhas ou outros obstáculos que lhe roubem as águas, provocando chuvas torrenciais, constantes, devastadoras, além de fortes furacões. "El Niño" se reproduz em intervalos não regulares. Diz-se que se apresenta em ciclos de sete anos, mas, na realidade, o fenômeno aparece com mais frequência. Embora existam teorias que sustentem o aparecimento do fenômeno a cada dois anos, e até todos os anos, na época natalina, nem sempre chega a produzir mudanças sensíveis.

 

Não existe teoria que explique, com exatidão, as causas da formação, bem como a razão da irregularidade nas aparições do "El Niño". Afirmam alguns, que o aparecimento seria resultado da ação enfraquecida dos ventos do Sul, que orientam as correntes oceânicas e costeiras para o Norte (é a teoria mais frequente). Enfraquecidas, as forças das correntes marinhas do Sul-Norte abrem um espaço para a descida do Norte-Sul da contra corrente, ou seja, do "El Niño".


Por outro lado, outros acham que o "El Niño" pode ser produto das ocorrências de estacionalidades dos fenômenos frontológicos meridionais, e não a causa. Estamos, portanto, diante de uma grande incerteza.